Para iniciar nosso projeto "Varal de Poesia" escolhemos a grande poetisa Cecília Meireles.
Na casa de Cecília havia um quintal e um mundo encantado: o mundo dos livros! Cecília já gostava dos livros antes mesmo de aprender a ler e foi aos 9 anos que escreveu o seu primeiro poema. Foi professora, jornalista e aos 18 anos já havia lançado o seu primeiro livro. No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas.
Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia).
Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.
O livro escolhido para leitura foi "Ou isto ou aquilo", publicado pela primeira vez em 1964, é um livro que imprimiu sua marca na memória afetiva de gerações de leitores e ocupa posto de destaque na literatura infantil brasileira.
Cantigas de ninar, cantigas de roda e trava línguas são formas de expressão muito próximas do mundo da criança. Em Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles utiliza de forma inigualável estes e outros recursos. A autora joga com as palavras, criando um universo encantador, e, de maneira leve, coloca a criança diante dos caminhos a seguir, como no poema que dá nome ao livro: “Ou se tem chuva e não se tem sol / ou se tem sol e não se tem chuva! / Ou se calça a luva e não se põe o anel, / ou se põe o anel e não se calça a luva!”. Cecília explora a sonoridade, o ritmo, as rimas, as repetições e a musicalidade, como se pode notar em “Rômulo rema”: “Rômulo rema no rio. / A romã dorme no ramo, / a romã rubra. (E o céu.)”.
A autora resgata o universo infantil, permeado por perguntas imprevisíveis, monólogos, situações surpreendentes, comparações incomuns, em que a fantasia e a imaginação estão sempre presentes. Nos deparamos com a borboleta no jardim, a bela bola que rola, a casa da avó, a água da chuva e a lua, que aparece depois da chuva, além de outras cenas e sensações. Sensações estas que parecem sempre ter existido, mas que somente a sensibilidade de Cecília Meireles tem o dom de revelar.
A edição de Ou isto ou aquilo ora publicada conta com as belíssimas ilustrações em aquarela do premiado artista Odilon Moraes, que soube brilhantemente dar forma com seus traços à alegria singela deste texto de Cecília Meireles.
Fonte: http://www.saraiva.com.br/
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